No mês junho, é comemorado o Dia Mundial do Doador de Sangue. A data, além de uma celebração às contribuições, é um chamado direto para que mais doadores se unam a uma luta incessante. No Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde, menos de 2% da população doa sangue de forma regular, uma estatística muito abaixo do necessário.
O levantamento brasileiro demonstra o distanciamento com a meta estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que delimita um percentual de 3% a 5% da população de um país como doadores regulares. Esse é o número ideal para que os hemocentros possam se manter com estoques prontos para eventuais necessidades, contribuindo com a manutenção da saúde nacional.
O material recolhido é utilizado principalmente por aqueles com doenças que comprometem a produção dos componentes do sangue, pacientes com câncer e vítimas de acidentes ou hemorragias. A transfusão nesses casos faz com que os tecidos ganhem oxigenação, evitando a falência de órgãos.
Aapecan se junta à luta
O sangue é um material insubstituível e de extrema importância para aqueles que necessitam de transfusão e apenas uma doação pode salvar até quatro vidas. Mesmo assim, os dados comprovam o baixo engajamento com a causa. Por isso, as 14 Unidades da Associação de Apoio a Pessoas com Câncer (Aapecan) se juntam à luta, incentivando a contribuição, principalmente nessa data de maior visibilidade para a situação.
A assistente social da unidade de Bento Gonçalves, Raiama Balestra, ressalta que a entidade sempre se alia àqueles que precisam de sangue. “Quando um usuário necessita de doação, nós da entidade divulgamos amplamente a campanha nas nossas redes sociais e planejamos ações para captar doadores voluntários. Inclusive, a equipe da Aapecan se mobiliza para auxiliar na causa”, detalha.
Para além da data, a assistente social enfatiza o dever da entidade em sempre incentivar a conscientização da população, pensando tanto em saúde individual quanto coletiva. “A doação de sangue é um ato que pode salvar vidas”, pontua.
Quer ajudar a causa?
Para contribuir com as doações é simples e sem custo, basta se dirigir ao hemocentro ou hospital mais próximo e declarar sua vontade em ajudar. A cada sessão, 450ml de sangue serão extraídos. Homens podem doar até quatro vezes ao ano, de dois em dois meses, e mulheres três vezes ao ano, de forma trimestral.
Para quem reside em Ijuí e região, a doação deve ser realizada no Hemocentro do Hospital HCI, localizado na Avenida David José Martins, 152, de segunda a sexta-feira, das 07 às 12h, com agendamento de horário, pelo telefone (55) 9.8176-3993.
Já para quem é de Santa Rosa e região, a doação também é no Hemocentro do município, localizado na Rua Boa Vista, 401, com agendamento do horário pelo telefone 3513-5140.
Confira os requisitos para doar sangue:
● Ter idade entre 16 e 69 anos (menores de 18 anos devem possuir consentimento formal do responsável legal); Pessoas com idade entre 60 e 69 anos só poderão doar sangue se já o tiverem feito antes dos 60 anos;
● Apresentar documento de identificação com foto emitido por órgão oficial (Carteira de Identidade, Carteira Nacional de Habilitação, Carteira de Trabalho, Passaporte, Registro Nacional de Estrangeiro, Certificado de Reservista e Carteira Profissional emitida por classe), serão aceitos documentos digitais com foto;
● Pesar no mínimo 50 kg;
● Ter dormido pelo menos 6 horas nas últimas 24 horas;
● Estar alimentado. Evitar alimentos gordurosos nas 3 horas que antecedem a doação de sangue. Caso seja após o almoço, aguardar 2 horas.
Impedimentos temporários para doar sangue:
● Gripe, resfriado e febre: aguardar 7 dias após o desaparecimento dos sintomas;
● Período gestacional;
● Período pós-gravidez: 90 dias para parto normal e 180 dias para cesariana;
● Amamentação: até 12 meses após o parto;
● Ingestão de bebida alcoólica nas 12 horas que antecedem a doação;
● Tatuagem e/ou piercing nos últimos 12 meses (piercing em cavidade oral ou região genital impedem a doação);
● Extração dentária: 72 horas;
● Apendicite, hérnia, amigdalectomia, varizes: 3 meses;
● Colecistectomia, histerectomia, nefrectomia, redução de fraturas, politraumatismos sem sequelas graves, tireoidectomia, colectomia:
6 meses;
● Transfusão de sangue: 1 ano;
● Vacinação: o tempo de impedimento varia de acordo com o tipo de vacina;
● Exames/procedimentos com utilização de endoscópio nos últimos
6 meses;
● Ter sido exposto a situações de risco acrescido para infecções sexualmente transmissíveis (aguardar 12 meses após a exposição).
Impedimentos definitivos para doar sangue:
● Ter passado por um quadro de hepatite após os 11 anos de idade;
● Evidência clínica ou laboratorial das seguintes doenças transmissíveis pelo sangue: Hepatites B e C, AIDS (vírus HIV), doenças associadas ao vírus HTLV I e II e Doenças de Chagas;
● Uso de drogas ilícitas injetáveis;
● Malária.
Fonte: Aapecan