Na manhã deste sábado (17/6), uma comitiva formada pelo governador Eduardo Leite, pelo ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, e pelo ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta, vistoriou regiões que foram fortemente atingidas pelo ciclone extratropical que passou pelo Estado entre quinta (15) e sexta-feira (16/6). Até o momento, já foram registrados 11 óbitos no Estado.
De helicóptero, Leite e os ministros, mais os secretários nacionais de Proteção e Defesa Civil, Wolnei Wolff, e de Assistência Social, André Quintão, e o coordenador estadual de Proteção e Defesa Civil, coronel Luciano Boeira, sobrevoaram os municípios de Caraá, Maquiné e São Leopoldo.
Em Caraá, um dos locais mais atingidos, a comitiva visitou desabrigados que estão instalados em um centro de tradições gaúchas (CTG) do município. Leite afirmou ao prefeito Magdiel Silva que o governo prestará o apoio necessário para que equipes técnicas do município elaborem planos de trabalho para captação de recursos para apoiar os desabrigados, restabelecer acessos e ajudar a reconstruir estruturas, assim como nos outros municípios afetados.
“A situação de Caraá nos consterna profundamente. É fundamental que possamos, de maneira integrada, mapear rapidamente as principais áreas atingidas e identificar as pessoas que precisam de apoio”, detalhou o governador.
A última parada do grupo foi em São Leopoldo, no Vale do Sinos. O município sofreu com o forte volume de chuvas, que chegou a mais de 240 milímetros em 18 horas. Na chegada, o governador e os ministros passaram pelo Ginásio Municipal Celso Morbach, onde quase 300 pessoas se abrigaram e recebem assistência. Entre eles Rodrigo Machado dos Santos, sua esposa, Jaqueline Farias, e os cinco filhos. Na quinta-feira (15/6), com a ajuda do Corpo de Bombeiros Militar, eles abandonaram a casa onde vivem no bairro Campinas, mesmo local onde um homem morreu eletrocutado.
“Isso aconteceu muito perto da nossa rua. A gente estava com medo porque a água subia muito rápido, tiveram que nos tirar de barco. Se acabou tudo em casa, mas conseguimos sair e estamos bem, aqui todo mundo nos ajudou. Hoje vamos tentar voltar para casa e limpar”, disse Santos.
Uma onda de solidariedade se manifestou por meio de doações que chegavam a todo instante, com a colaboração da comunidade. O mesmo gesto se repetiu nas outras localidades afetadas no Estado.
O governador destacou a solidariedade da população e o empenho das forças de segurança do Estado, que estão com todas as equipes mobilizadas desde quinta-feira. O Corpo de Bombeiros Militar realizou cerca de 2,4 mil resgates nos últimos dois dias. “Nosso principal objetivo, neste primeiro momento, é proteger e salvar vidas humanas. Resgatar as pessoas que estão ilhadas, localizar desaparecidos e dar todo o apoio para as famílias. Estamos com todas as nossas equipes em campo, e a Secretaria de Logística e Transportes já está analisando pontes e estradas comprometidas para que possamos agir de forma emergencial e liberar a passagem nessas localidades”, informou Leite.
Depois da visita ao ginásio, o governador, a comitiva federal e o prefeito de São Leopoldo, Ary Vanazzi, atenderam a imprensa na sede da prefeitura. Leite disse que, além das medidas emergenciais para resgatar as pessoas em perigo e apoiar desabrigados, ações de reestruturação estão em organização.
“Vamos atuar com rapidez junto aos municípios na construção de planos de trabalho para que, com o apoio federal, possamos fazer a reconstrução das estruturas danificadas", afirmou. “Também determinei o levantamento das famílias em situação de vulnerabilidade e que perderam tudo nas áreas mais afetadas. Vamos oferecer recursos para que essas pessoas possam recompor suas condições de dignidade. Em curtíssimo prazo, é momento de olhar para as famílias”, enfatizou.
O ministro Góes disse que o governo federal está mobilizado para oferecer ajuda humanitária e, concomitantemente, o restabelecimento das condições das famílias, seguido da reconstrução das estruturas com recursos liberados conforme forem concluídos os planos de trabalho.
“Estamos aqui para prestar toda a solidariedade e unir as forças da Defesa Civil nacional com as coordenações estadual e municipais para traçarmos os planos de trabalho. Os planos feitos em conjunto entre Estado, município e União serão reconhecidos e sumariamente aprovados para agilizar recursos”, afirmou.
Balanço
Conforme a Subchefia Estadual de Proteção e Defesa Civil, morreram 11 pessoas em razão dos efeitos do ciclone: três em Maquiné, duas em São Leopoldo, uma em Novo Hamburgo, uma em Caraá, uma em Bom Princípio, uma em São Sebastião do Caí, uma em Esteio e uma em Gravataí.
Seguem desaparecidas 18 pessoas em Caraá e duas em Três Forquilhas. No total, 41 municípios foram atendidos, com registro de 2.330 desabrigados e 602 desalojados.
O governo trata como prioridade o atendimento das pessoas em situação de risco. Para tanto, foi instalado um Grupo de Ações Coordenadas envolvendo diversas forças. Estão sendo empregados todos os recursos humanos e materiais das Defesas Civis estadual e municipais, da Secretaria da Segurança Pública, do Corpo de Bombeiros Militar e da Brigada Militar, além de outros órgãos do Estado e dos municípios. A Secretaria de Assistência Social se agregou ao grupo para concentrar os pedidos de ajuda humanitária dos municípios.