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Manejo correto da ordenha garante melhor qualidade do leite
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Publicado em 23/08/2023

Engenheiro agrônomo Tarso Quedi Palma, associado da Unitec, explica que a qualidade do leite é afetada por vários indicadores, como saúde do animal, nutrição, bem-estar animal e manejo adequado dos animais e equipamentos

 

A qualidade do leite está diretamente relacionada com o manejo e regulagem dos equipamentos de ordenha, pois os maiores problemas no que diz respeito ao indicador de qualidade Contagem de Células Somáticas (CCS) acontecem exatamente na sala de ordenha devido a equipamentos desregulados.

A explicação é do engenheiro agrônomo Tarso Quedi Palma, associado da Unitec. Segundo ele, como é sabido, a qualidade do leite é afetada por vários indicadores, como saúde do animal, nutrição, bem-estar animal e manejo adequado dos animais e equipamentos.

Os procedimentos corretos para minimizar os problemas que afetam a qualidade do leite devem ser observados, dentre eles os cuidados com a limpeza da sala de ordenha e do ordenhador, não importando se é ordenhadeira canalizada ou balde ao pé; e condução dos animais até o local de ordenha de maneira correta, ou seja, com calma, evitando movimentos bruscos, observando rotinas para não ocorrer estresse que prejudique muito a qualidade do leite.

 Fazer uma linha de ordenha, ou seja, deixar as vacas com problemas para ordenhar por último, evitando, assim, a transmissão de doenças entre os animais; observar animais que têm problemas e verificar o grau de sujeira dos tetos; tentar usar o mínimo possível de água no momento da ordenha; e evitar de lavar o úbere, somente os tetos que precisam ser lavados, são outras recomendações importantes, conforme o engenheiro agrônomo.

Ele segue com mais dicas, como retirar de três a quatro jatos de leite de cada teto, antes da ordenha, em uma caneca fundo preto/caneca telada para verificar a incidência da mastite clínica e também importante para o estímulo. “O teste da caneca fundo preto deve ser realizado sempre antes de cada ordenha”, destaca. Efetuar teste para diagnosticar a mastite subclínica usando a raquete com o produto CMT (California Mastitis Test), que serve para verificar como está a CCS na propriedade, deve ser feito a cada 15 dias.

“Aplicar um produto para desinfetar os tetos (pré-dipping) antes da ordenha e secá-los, de preferência com papel toalha; efetuar a colocação do coletor (conjunto de ordenha) adequadamente, com cuidado para efetuar a ordenha; e depois da retirada do coletor aplicar um produto para proteger os tetos (pós-dipping), que também deve ser colocado em todo o teto, ou seja, até onde a teteira alcança, são outros cuidados imprescindíveis na atividade”, acrescenta o profissional.

De acordo com Tarso, após a ordenha, o produtor nunca deve deixar os animais deitarem. Para isso, deve alimentar as vacas, pois assim elas permanecerão em pé até que o canal do teto comece a se fechar. E é preciso efetuar o resfriamento do leite o mais rápido possível para não haver a multiplicação das bactérias.

“Todos esses fatores, juntamente com o equipamento bem regulado, interferem diretamente em dois indicadores de qualidade: Contagem Padrão de Placas (CPP) e Contagem de Células Somáticas (CCS)”, ressalta.

 

Parâmetros de qualidade do leite, conforme a IN 76

Segundo a Instrução Normativa 76 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que trata das regras técnicas para as características e a qualidade do produto na indústria, os parâmetros de qualidade do leite são: CPP  até  300.000  cel/ml/leite; CCS   até  500.000  cel/ml/leite; gordura  mínima  3,0%; proteína  mínima  2,9%; sólidos N/Gord  mínimo 8,4%; sólidos totais mínimo  11,4%; densidade: de 1.028 a1.034 gr/litro; acidez de  14 a 18 graus dornic – ph próximo a 6,8; e crioscopia 0,530°H a 0,555°H. Tarso acrescenta que a CPP já é exigida desde 2018 pelo Mapa e há indícios de que a CCS seja exigida ainda neste ano.

 

Associado da Unitec diz que é muito gratificante ser instrutor do Senar-RS

Engenheiro agrônomo há 42 anos, Tarso atua na área do leite há 20 anos. Ele reside em Palmeira das Missões, é instrutor do Senar-RS há 11 anos e está habilitado a ministrar os cursos Nutrição de Gado Leiteiro e Manejo da Ordenha e Qualidade do Leite, Programa Leitec e consultorias em Qualidade do Leite e Equipamentos de Ordenha.

O profissional diz que está muito contente e feliz, pois é muito gratificante ser instrutor do Senar-RS. “Amo o que faço. Quando estou trabalhando com os produtores e vejo sorrisos de agradecimento em seus rostos, sinto que estou no caminho certo e que estou realizando a nossa missão – minha e do Senar-RS – que é retribuir ao produtor o conhecimento nas diversas áreas com o maior empenho e dedicação. Obrigado, Senar-RS, pela oportunidade. Também agradeço à Unitec, querida família da qual faço parte há 11 anos e onde encontrei colegas com o mesmo propósito”, finaliza.

 

 

Texto: Assessoria de comunicação Unitec

Jaqueline Peripolli / Jornalista MTE 16.999

Fotos: Divulgação

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