Procuradoria Geral do Município enviou questionamentos para a Companhia Hidrelétrica para entender o que aconteceu entre os dias 2 e 5 de setembro.
Nesta quinta-feira, 7 de setembro, a Procuradoria-Geral do Município de Bento Gonçalves enviou um ofício à Companhia Energética Rio das Antas (Ceran) em busca de esclarecimentos sobre a recente enchente que assolou a cidade e várias outros municípios do estado, desde a última segunda-feira, 4 de setembro. A medida foi tomada depois que vários moradores da localidade de Linha Alcântara, no distrito de Faria Lemos, terem afirmado que a companhia abriu as comportas e causou a inundação nunca antes vista naquela região.
A PGM deu 48 horas para receber as respostas da companhia. O ofício tem como objetivo principal obter informações cruciais relacionadas ao episódio, incluindo detalhes sobre os alertas à população, a vazão da barragem, o monitoramento do rio, a abertura das comportas, relatórios de segurança e medidas preventivas adotadas pela Ceran. O Procurador-Geral do Município, Sidgrei Machado Spassini, enfatizou a importância dessas informações: "Estamos buscando as informações necessárias para auxiliar as comunidades afetadas e prevenir que eventos desastrosos como esse ocorram novamente. Além disso, queremos compreender a situação atual do Complexo Energético do Rio das Antas. Acreditamos que é de interesse da companhia colaborar nesse processo."
Na terça-feira, 5, o prefeito Diogo Siqueira realizou uma reunião online com representantes da Ceran, enfatizando a necessidade de respostas concretas diante da situação delicada. "Precisamos de respostas efetivas e não apenas ações protocolares. Estamos lidando com a segurança das nossas comunidades", ressaltou o prefeito.
A enchente que atingiu a região causou danos significativos e preocupação entre os moradores. A busca por informações detalhadas e a colaboração entre as autoridades municipais e a Ceran são passos essenciais para garantir a segurança das comunidades e evitar futuros desastres. A população de Bento Gonçalves aguarda ansiosamente os esclarecimentos por parte da empresa de energia para entender como as águas do Rio das Antas subiram tão depressa em um único dia e alcançaram níveis nunca antes vistos na história de Bento Gonçalves.
Confira quais são os questionamentos enviados pela prefeitura
1) Havia monitoramento prévio do nível dos rios do Complexo Energético Rio das Antas (Usinas UHE Castro Alves, UHE Monte Claro, UHE 14 de Julho)?;
2) Qual foi o primeiro alerta emitido às populações ribeirinhas?;
3) Qual foi o horário que emitiram o alerta de evacuação destas populações?;
4) Qual era o nível do Rio das Antas nos dias 02, 03, 04 e 05 de setembro?;
5) Houve fechamento e/ou abertura de comportas?;
6) Quais medidas a CERAN adotou para evitar ou atenuar possível sobrecarga no volume de água nas bacias dos Rio das Antas e Rio Taquari?;
7) No momento em que ocorreu a abertura das comportas das barragens houve algum procedimento de evacuação das áreas sob risco?;
A CERAN emitiu algum comunicado aos órgãos oficiais dos municípios que integram o Complexo Energético Rio das Antas, bem como aos municípios do Vale do Taquari referente aos riscos de grave inundações?;
9) Há algum plano de contingência e de evacuação da CERAN em casos de desastres como o ocorrido e como se dá essa comunicação aos órgãos oficiais?;
10) Existe encaminhamento de planos de ação e emergência a serem enviados aos órgãos oficiais e prefeituras envolvidas, além de estratégias de comunicação e alerta às comunidades potencialmente afetadas?;
11) Quais as inspeções de segurança são realizadas nas três barragens do Complexo Energético Rio das Antas e quais as suas periodicidades?;
12) Existe algum plano de prestar assistência às vítimas do desastre ocorrido?;
13) Existem inspeções e relatórios de revisão periódica de segurança das barragens das três usinas do Complexo Energético Rio das Antas?
Fonte: NB Notícias
Foto: Reprodução Facebook Prefeitura de Muçum-RS