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Boa Vista do Buricá parou para assistir Ari Heck no Domingão do Faustão
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Publicado em 10/02/2024
O escritor Ari Heck, natural de Boa Vista do Buricá fez com que a comunidade boavistense e regional parasse no último domingo (22) quando participou do JOGO DOS DEZ, quadro do Domingão do Faustão.
Ari tinha sido selecionado entre mais de dois mil brasileiros para participar da quarta edição do JOGO DOS DEZ, quadro que testa o conhecimento do telespectador sobre hábitos e costumes do povo brasileiro. Mesmo não tendo sido vencedor, a garra e o espírito de luta do boavistense comoveu o país ao quebrar o protocolo do programa e deixar uma mensagem de otimismo para o povo brasileiro. O Jornal O EMPREENDEDOR entrevistou com exclusividade o escritor que mora atualmente em Triunfo-RS, onde trabalha na Justiça do Trabalho com Secretário Especializado (assessor) do Juiz.
J.B. Nardes: Ari, em primeiro lugar, conte-nos sobre sua emoção em participar do programa que vai ao ar há quase vinte anos e que é campeão em audiência?
Ari Heck: Amigos e amigas boavistenses, como falei na semana passada os meus pais sempre ensinaram que “nada acontece por acaso, porque Deus está presente em tudo” eu sempre acreditei nesta máxima até na hora do acaso na inscrição. Nos últimos dias a minha vida teve uma reviravolta tamanha que há poucos dias recebi uma ligação para ir até o Rio de Janeiro no Projac da Globo para uma entrevista. Fui até lá e concedi a entrevista que foi boa tanto que na semana retrasada a produção novamente me ligou para participar como suplente do programa no último dia 15 de junho na Globo em São Paulo. E no domingo eu estava lá no Projac (cidade cinegráfica da Globo) no Rio de Janeiro, circulando entre artistas, músicos, diretores, profissionais, etc. Realmente é algo que faz com que a adrenalina chegue ao limite. Confesso que estava emocionado ao me ver lado a lado com Fausto Silva, não acreditava que estava acontecendo comigo. Talvez esse tenha sido o fator de não ter sido vencedor na primeira etapa.
J.B. Nardes: Você ficou triste ao ser eliminado?
Ari Heck: Não jamais, eu fui o maior vencedor do quadro. A minha adversária levou R$ 500,00 e o Brasil não lembra mais dela. Eu estou sendo lembrado a cada instante, centenas de mensagens, emails, telefonemas chegam diariamente. Na segunda-feira quando cheguei no aeroporto do Galeão no Rio, imediatamente uma atendente veio falar comigo dizendo que ela e toda a família torciam por mim. Mas, confesso que quando era criança e me arrastava pelas roças e potreiros de Esquina Palmeiras, onde ainda moram os meus pais (Armando e Dalila), eu não conhecia TV porque a primeira que meu pai pode comprar foi na minha adolescência, mas eu sabia que algum dia algo iria acontecer comigo para compensar todas as dificuldades que estava enfrentando e enfrentei. E com tudo isso, não seria apenas mais um participante de um programa qualquer. O fato de ter sido escolhido dentre milhares de candidatos, o fato de poder ir até lá e mostrar para todo o Brasil que um deficiente também pode chegar lá, só por isso já me considerei um vencedor. E como poderia ficar triste se todos os boavistenses estão felizes por mim? Confesso pra todos que é uma emoção que não dá para descrever. É fantástico.
J.B. Nardes: Você falou na semana passada sobre o anúncio do seu livro. O que isso significa para você?
Ari Heck: O Fausto Silva completou recentemente o programa 1000, são mil programas inéditos e no ano que vem completa 20 anos. É um dos apresentadores mais bem pagos do País e no quadro VITRINE DO FAUSTÃO ele apresenta livros e cd’s que ele lê, avalia para depois divulgar. Como já falei, eu entrei no seleto número de escritor que tem livro divulgado pelo apresentador Fausto Silva e mesmo não ganhando, o Brasil viu um vencedor no Domingão do Faustão. Só essa divulgação é o maior prêmio que poderia ter recebido porque ter como leitor Fausto Silva é realmente muito gratificante e é o reconhecimento do trabalho que tenho feito, em especial na luta em defesa dos deficientes. Essa divulgação tem aumentado a venda dos livros e vários novos convites de lançamentos surgiram. Nesta sexta, por exemplo, estarei em São Sepé na Feira do Livro, dia 05/07 em Gramado, em setembro estarei em São Paulo. Que prêmio maior poderia ter.
J.B. Nardes: Tem algum recado para o povo de Boa Vista do Buricá?
Ari Heck: Eu fiquei muito emocionado com a mobilização de todos. Senti a força que me foi transmitida. Em toda a minha vida eu imaginava como seria participar de um programa nacional e mostrar para todo o Brasil que o menino deficiente criado com tanto amor e carinho pelo Armando e pela Dalila, com o calor e o afeto de todos os irmãos, que deficiência não é motivo para abandonar a vida, mas é motivo para lutar pela vida. Realizei mais um sonho e vi que o povo de Boa Vista tem orgulho de mim. Que os meus conterrâneos tem carinho por mim. Valeu Boa Vista do Buricá e região. Estou muito orgulhoso da minha Terra Natal. Obrigado a cada boavistense. E prometo continuar lutando.
J.B. Nardes: A mensagem que você deu no final estava no script, como dizem?
Ari Heck: Não. Nós fomos orientados a somente responder se questionado pelo Fausto. Improvisei na hora e senti que ele ficou nervoso. Mas sabia que aquele era o momento ideal para quebrar o protocolo e deixar uma mensagem de otimismo.
J.B. Nardes: E o Fausto reagiu?
Ari Heck: Sim, eu senti que ele se assustou quando pedi para deixar um recado e falei dos dados do IBGE. Mas o mais importante disso tudo, foi o fato de que na segunda-feira fui procurado por um dos produtores no hotel e ele disse que toda a equipe se assustou quando pedi a palavra, mas o Fausto Silva mandou dizer que gostou da minha intervenção e que engrandeceu o programa que teve uma grande audiência. E era exatamente isso que queria fazer, mostrar para o Brasil que dá para chegar lá mesmo tendo muitos obstáculos a serem enfrentados. Não fui apenas mais um a passar pelo quadro, fui diferente e acho que isso foi positivo.
J.B. Nardes: Tem alguma mensagem final?
Ari Heck: Só tenho a agradecer a cada um que torceu por mim, agradecer ao Empreendedor por divulgar os meus sentimentos e na nossa coluna mensal vamos continuar falando sobre o trabalho. Valeu muito.
Fotos: Divulgação
Publicação feita na edição de 26/06/2008
Fonte: Arquivo Jornal O Empreendedor
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