Na pousada na Rua Sapucaia, na área central de Imbé, no Litoral Norte, onde Miguel dos Santos Rodrigues, sete anos, esteve em suas últimas semanas de vida a presença dele sequer foi notada. Ninguém sabia que um menino morava ali com a mãe Yasmin Vaz dos Santos Rodrigues, e a madrasta Bruna Nathiele Porto da Rosa. Outras crianças brincavam no pátio diariamente, mas o garoto nunca esteve entre elas. Um poço de luz, atrás do box do banheiro, era usado para mantê-lo escondido. Na gélida noite de 29 de julho de 2021, as duas deixaram o quarto transportando uma mala. Dentro dela, estava o corpo esquálido do garoto, que foi arremessado nas águas do Rio Tramandaí.
Ao longo de dois dias de julgamento, no Forum de Tramandaí, essas cenas foram relembradas por todas as partes envolvidas: as testemunhas, a acusação, as defesas e as próprias rés. Foram detalhadas as torturas que Miguel sofreu antes de ser morto. Às 22h21min, o juiz Gilberto Fontoura leu a sentença de condenação da mãe e da madrasta. Para Yasmin foi estabelecida pena de 57 anos, um mês e dez dias pelos crimes de homicídio, ocultação de cadáver e tortura. Para Bruna, a pena foi fixada em um total 51 anos, um mês e 20 dias pelos mesmos crimes. Para ambas, cabe recurso.
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Fonte: GZH