A cidade de Pelotas, na zona Sul do Estado, registrou um terremoto de 2,5 graus na escala Richter. O evento ocorrido às 17h30min de ontem, 27, foi confirmado pelo Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo - USP nesta sexta-feira.
O forte estrondo foi sentido em vários bairros de cidade. Não houve feridos ou pedido de auxílios, segundo a Defesa Civil municipal. "Ocorre que há diferença por ocasião de tempo coordenado global em aproximadamente 3h, coincidindo com as 17:40h, horário da percepção em Pelotas."
Em contato com a professora Tamara Beskow, profissional que faz parte do Corpo Científico da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), segmento que vem apoiando a Defesa Civil gaúcha, a pesquisadora informou que às 20h40 UTC, horário que corresponde às 17h30 em Pelotas, foi registrado pelo Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo - USP um terremoto de magnitude 2.5 na Escala Richter, no município de Pelotas.
A diferença no horário de registro pela USP e o horário do fato ocorre em razão de que há diferença por ocasião de tempo coordenado global em aproximadamente 3h, coincidindo com o horário da percepção do fenômeno em Pelotas.
De acordo com o professor Felipe Padilha Leitzke, da UFPEL, "a hipótese mais provável é que o tremor ocorreu por um movimento de acúmulo de energia no interior da crosta e liberação ao longo das falhas geológicas", diz.
Ainda, o professor aponta que esse é um processo natural e comum de ocorrer em magnitudes baixas no Brasil, que está localizado no interior de uma placa tectônica, ao contrário dos limites de placas, onde os terremotos são de magnitude muito mais alta e de grande poder destrutivo. Estima-se a ocorrência de centenas desses eventos de baixa magnitude ao redor do globo diariamente, inclusive em áreas estáveis (intraplaca).
O professor do Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP), George Sand confirmou o registro do evento sísmico. “A estimativa inicial foi que ocorreu em Pelotas “, confirmou.
Em 2014 e 2023 eventos semelhantes foram registrados na cidade vizinha de Capão do Leão. “Em 2014, 2.4 magnitude e abril do ano passado com 2.1. Isto fez com que tenhamos ocorrências esporádicas de atividade física na região”, destaca. Ainda conforme o professor, no sul do Brasil ocorrem atividade muito raras e quando tem são pequenos nessa faixa. “Quando as pessoas perceberam o tremor ele já passou. Não temos como prever novas ocorrência. Acreditamos que não haverá ocorrências constantes, mas temos que esperar para ver o que vai ocorrer, pois estes tremores liberam energia. É pouco provável que ocorra tremores de grande magnitude na região”, finaliza.
Foto: Reprodução / Centro de Sismologia da USP / CP
Fonte: Correio do Povo
