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Estado cancela eleição para escolher nova presidência da Emater/RS-Ascar
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Publicado em 14/07/2024

A eleição para escolher e empossar os novos presidente e vice-presidente do Conselho Técnico Administrativo (CTA) da Emater/RS e do Conselho Administrativo da Associação Riograndense de Empreendimentos de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ascar) foi cancelada. A decisão foi publicada nesta sexta-feira no Diário Oficial do Estado e chega depois de um período de incerteza. Antes de oficializar o cancelamento, o governo do Estado havia convocado as sessões extraordinárias para 1º de julho e depois remarcado para dia 15.

 

Ao longo do processo, o Fórum Permanente das Entidades Representativas de trabalhadores da Emater/RS-Ascar manteve uma campanha para tentar demover o governador Eduardo Leite da decisão de trocar a presidência da empresa.

 

“Seria a sétima pessoa a ocupar o cargo em menos de cinco anos, tendo alguns ficado por menos de seis meses”, afirmava a entidade em manifesto público.

 

A nova troca de comando viria em meio ao cenário conturbado da agropecuária gaúcha provocado pelas cheias de maio, que se somou frustrações de safra anteriores pelas estiagens. Além disso, a Emater/RS-Ascar trava uma batalha jurídica no Superior Tribunal de Justiça para a renovação do Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social (Cebas), que permitirá a continuidade do trabalho de assistência rural e social a milhares de famílias no campo.

 

“Apelamos ao governador que reflita se realmente é válido realizar esta mudança em um momento tão sensível para a instituição, para a agricultura familiar e para a sociedade gaúcha, que precisa deste serviço para a reconstrução”, defendia o manifesto.

 

A extensionista rural Luana Lucas Alves, presidente da Associação de Extensionistas Sociais Rurais do RS (AESR), que integra o Fórum Permanente das Entidades, diz que os funcionários estão buscando diálogo com o governo. “Tentamos audiência com a Casa Civil, mas não tivemos retorno”, disse. As entidades de funcionários defendem que as constantes trocas na liderança da empresa, que vai completar 70 anos de atuação em 2025, “atrapalham o desenvolvimento de ações da instituição”.

 

O Fórum argumenta que as alterações na administração geram custos pela troca de cargos em confiança (CCs). Também alertam que a Emater tem sofrido redução de orçamento, que perdeu R$ 118 milhões entre 2014 e 2022, saindo de R$ $ 331 milhões para R$ 213 milhões. Nesse período, o quadro de pessoal foi reduzido em 850 funcionários e há, segundo o Fórum, previsão de mais 200 baixas por meio de um plano de demissão.

 

O governo do Estado foi procurado pelo Correio do Povo, mas ainda não se manifestou sobre o cancelamento das eleições.

Fonte: Correio do Povo | Foto: EMATER-RS/DIVULGAÇÃO

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