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Sem chamar de golpe, Bolsonaro confirma reunião em que tratou de alternativas para impedir posse de Lula
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Publicado em 07/12/2024

Bolsonaro deu entrevista à Gaúcha por telefone. Foto: Arquivo pessoal / Luciano Zucco

Na tensa entrevista que concedeu ao Gaúcha Atualidade na manhã desta sexta-feira (6), o ex-presidente Jair Bolsonaro se exaltou ao ser questionado sobre o indiciamento pelo Polícia Federal por tentativa de golpe no final de 2022. Criticou reiteradas vezes o ministro Alexandre de Moraes e chamou de bandidos os policiais que participaram da investigação. 

 

Questionado pela jornalista Andressa Xavier sobre a reunião da qual participaram os comandantes das Forças Armadas, confirmou o encontro, mas negou que tenha feito qualquer consulta sobre golpe.

 

Na versão de Bolsonaro, o que se discutiu nessa reunião foram alternativas diante da impossibilidade de questionar o resultado da eleição no foro adequado, o Tribunal Superior Eleitoral, já que o PL recebeu uma multa milionária por colocar em dúvida a integridade das urnas eletrônicas. Entre essas alternativas estavam a decretação de estado de sítio ou de defesa e a GLO (garantia da lei e da ordem).

 

Com uma interpretação peculiar do artigo 142 da Constituição Federal, Bolsonaro insistiu que discutir essas alternativas era jogar dentro das quatro linhas, expressão que popularizou durante o governo, quando dizia que, se quisesse, poderia ter ultrapassado esse limite. 

 

Ainda que indiretamente, o ex-presidente confirmou que os então comandantes do Exército, general Freire Gomes, e da Aeronáutica, Baptista Júnior, opinaram que não havia o que ser feito contra o resultado da eleição.

 

Bolsonaro insistiu que “ninguém viu a tal minuta do golpe”, documento que consta do inquérito da Polícia Federal e cuja íntegra está à disposição de quem quiser procurar no Google. Disse que está sendo perseguido pelo ministro Alexandre de Moraes e que o resultado da eleição de 2018 foi questionado em inquérito do TSE. Na verdade, o resultado nunca foi questionado. A investigação se refere à divulgação de fake news nas redes sociais e ao disparo em massa de mensagens durante aquela campanha, o que era proibido pela legislação eleitoral.

 

Repetindo uma narrativa usada em outros momentos, Bolsonaro insistiu na fantasia de que o Tribunal Superior Eleitoral fez campanha “com dinheiro público” para incentiva os jovens de 16 a 18 anos a fazerem o título eleitoral, porque esse público vota no PT. Foi preciso lembrar que o TSE e os TREs fazem campanhas para os jovens se alistarem de dois em dois anos, quando o Brasil realiza eleições.

 

Já ao final, Bolsonaro insistiu que será candidato em 2026. Ele tem certeza de que o TSE, com nova composição “mais equilibrada”, vai acatar seu recurso e rever a inelegibilidade. Disse que ele é o plano A, B e C e que só não será candidato em caso de morte física ou política.

 

Jair Bolsonaro participou da Fenasoja em Santa Rosa.

 

Fonte: GZH

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