O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) voltou a defender, nesta quinta-feira (2), a concessão de uma anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Em tom de ameaça, o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que, caso não haja um perdão amplo aos condenados, “não haverá eleição em 2026”.

A declaração amplia a pressão de parlamentares da oposição sobre o Congresso durante a análise do projeto que trata do tema. O relator, no entanto, já adiantou que sua proposta não prevê anistia total, mas apenas a redução das penas aplicadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A ideia é suavizar a situação de parte dos condenados, mas sem garantir liberdade plena para todos.

Eduardo Bolsonaro já havia feito manifestações semelhantes em ocasiões anteriores, sempre reiterando que considera injustas as prisões e condenações relacionadas à invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, em Brasília. Para ele, o episódio deve ser tratado como manifestação política, e não como tentativa de golpe contra a democracia.

A fala do deputado repercute no momento em que o governo e o Congresso tentam construir um consenso mínimo em torno do projeto de anistia. Enquanto aliados do Planalto se opõem frontalmente à medida, partidos do centrão avaliam apoiar uma versão mais branda, que alivie as penas sem gerar impunidade total.

O debate promete acirrar ainda mais os ânimos políticos às vésperas da eleição municipal de 2024 e já lança sombra sobre o pleito presidencial de 2026.