Segundo informações da coluna de Andreza Matais, do site Metrópoles, a Polícia Federal apreendeu, durante a operação realizada nesta quarta-feira (3/12), na 13ª Vara da Justiça Federal de Curitiba, um vídeo intitulado “festa da cueca”.

De acordo com a apuração da coluna, a gravação teria sido utilizada para chantagear magistrados em um suposto esquema de direcionamento de sentenças, e mostra integrantes da vara em um quarto de hotel cinco estrelas, acompanhado de garotas de programa. A investigação indica que esses encontros ocorreriam mensalmente e seriam financiados por escritórios de advocacia.

A operação foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, com o objetivo de investigar suspeitas de que informações confidenciais eram usadas para pressionar decisões judiciais na 13ª Vara — unidade responsável por processos da Operação Lava Jato.

Além do vídeo, agentes recolheram versões físicas de processos e documentos de investigações anteriores à Lava Jato, incluindo material ligado ao empresário Tony Garcia, que atuou como informante em procedimentos conduzidos pelo então juiz Sérgio Moro, e dados sobre acordos de colaboração firmados pelo doleiro Alberto Youssef.

Em junho de 2024, relatório do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) já havia apontado possíveis desvios de recursos públicos envolvendo decisões da vara em casos ligados à Petrobras. O documento afirma que Moro, quando magistrado, teria atuado em conjunto com Deltan Dallagnol e a juíza Gabriela Hardt para destinar R$ 2,5 bilhões à criação de uma entidade privada. À época, Moro negou as acusações e classificou o relatório como “ficção”.