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Quatro dos sete gaúchos condenados por tentativa de golpe de Estado no 8 de Janeiro estão foragidos
Estaduais
Publicado em 08/01/2025
Dos 102 gaúchos réus por envolvimento nos atos antidemocráticos do dia 8 de janeiro de 2023, sete acusados por crimes graves já foram julgados e condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a penas que variam de 13 a 17 anos de prisão, e pelo menos quatro são considerados foragidos pela Justiça Federal.
Todos eles (e um oitavo réu que ainda não foi julgado) são condenados por tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado democrático de direito, associação criminosa armada, dano qualificado e deterioração do patrimônio.
Nesta quarta-feira (8/01/2024), completam-se dois anos do episódio que terminou com a prisão de 1,9 mil envolvidos — parte deles flagrada dentro dos prédios que eram depredados e os demais acampados em frente a quartéis. Ao todo, 1.552 pessoas se tornaram rés pelos atos antidemocráticos e 371 foram condenadas. Os processos contra os demais continuam.
Quem sãos os gaúchos condenados por crimes graves no 8 de Janeiro:
– Lucas Schwengber Wolf, 36 anos
É natural de Santiago e morador de Três Passos. Arquiteto e urbanista, chegou ao Distrito Federal em 8 de janeiro, em um ônibus que saiu de Santa Rosa. Ele admite que foi com um grupo à Praça dos Três Poderes “se manifestar contra o cerceamento do direito de expressão, inclusive virtualmente, que vem acontecendo”.
Ele se diz totalmente contra atos de vandalismo e assegura que não participou da depredação do Palácio do Planalto, onde foi detido em flagrante. Ficou preso numa penitenciária de Brasília até agosto do ano passado, quando foi solto, com determinação de usar tornozeleira eletrônica.
Foi condenado a 14 anos de prisão e depois não foi mais encontrado. Seu nome consta desde maio de 2024 como procurado, no Banco Nacional de Mandados de Prisão do Judiciário.
– Marcelo Soares Konrad, 46 anos, e Jaqueline Konrad, 38
Moradores de São Martinho, atuam com investimento financeiro e comércio. Depois de ir de ônibus com outros manifestantes até Brasília, o casal foi preso em flagrante no Palácio do Planalto, enquanto o prédio era depredado. Ficaram mais de seis meses em presídios do Distrito Federal.
Advogado do casal na época da prisão, Marvius Dornelles Remus admite que eles participaram do protesto, mas assegura que não depredaram nada e que apenas filmaram o que viram. Jaqueline foi condenada a 13 anos e meio de prisão. Marcelo foi condenado a 14 anos de prisão.
Enquanto aguardavam recursos, tiveram a prisão decretada e não foram mais encontrados. O advogado diz que não falou mais com eles desde a condenação. Estão com prisão decretada e são procurados desde abril de 2024, conforme o Banco Nacional de Mandados de Prisão do Judiciário.
– Miguel Fernando Ritter, 61 anos
Mecânico e sócio de uma empresa que vende peças para lojas automotores, é morador de Santa Rosa. Ele foi detido em flagrante em 8 de janeiro no Palácio do Planalto, junto à turma de depredadores. Alega que só entrou no prédio porque viu um conhecido. Ficou seis meses preso em Brasília e foi solto em agosto do ano passado.
Filha de Ritter, a advogada Gabriela Ritter assegurou, na época da prisão, que o pai é íntegro, honesto, um homem que trabalhou na roça desde os oito anos e nunca teve vinculação político-partidária. Ritter foi condenado a 14 anos de prisão.
Quando teve a prisão decretada, não foi mais encontrado. É procurado desde setembro de 2024, conforme o Banco Nacional de Mandados de Prisão do Judiciário.
– Jorginho Cardoso de Azevedo, 61 anos
Gaúcho, mudou-se para o Paraná, onde é morador de São Miguel do Iguaçu. Foi preso em 8 de janeiro, flagrado dentro do Palácio do Planalto, junto com a multidão de depredadores. Ficou encarcerado em Brasília por mais de ano. É produtor rural, lida com pesquisa de água mineral e criação de gado. Entre as acusações, está a de que fretou um ônibus que levou manifestantes para os distúrbios em Brasília. Cumpre pena de 16 anos de prisão.
– Eduardo Zeferino Englert, 42 anos
Santa-mariense, foi preso no Palácio do Planalto. Condenado a 17 anos de prisão, o estudante de Psicologia está recolhido em um presídio próximo a Santa Maria. Tentará mudança para regime semiaberto quando completar um sexto da pena (possivelmente, dentro de um ano). A defesa dele não quis se pronunciar oficialmente.
– Sônia Teresinha Possa, 66 anos
É natural de Erechim, radicada no Paraná. Viveu em Santa Terezinha do Itaipu e em Curitiba, onde atuou em hospitais e serviços administrativos. Foi detida no Palácio do Planalto e solta ainda em 8 de janeiro, em razão da idade. Em janeiro, foi condenada a 14 anos de prisão. Cumpre a pena num presídio.
– Luiz Gustavo Lima Carvalho, 41 anos (ainda réu)
É o único dos oito réus por crimes graves que ainda não foi julgado. Vigilante e natural de Caxias do Sul, ele “foi flagrado circulando pelos corredores do Palácio do Planalto enquanto o prédio era depredado, trajando camiseta camuflada, chapéu marrom e utilizando uma bandeira do Brasil amarrada ao pescoço”, nos dizeres do inquérito aberto pela Polícia Federal.
Foi obrigado a usar tornozeleira eletrônica. O julgamento dele deve acontecer ainda no início deste ano.
Fonte: Gaúcha ZH e Rádio Alto Uruguai | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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